a quem ouvirá o Rei, quando for obrigado a fazer a paz, ou declarar a guerra? Não consiste só a felicidade do Soberano em ganhar vitórias, pois é a maior a conservação, e aumento do bem adquirido: para o que é preciso que as armas tenham pazes com as letras, pois onde assim não sucede, poucas vezes se cantam os triunfos; e pela mesma razão as palmas são tidas por gloriosas insígnas das mãos, que maneiam as armas, e das cabeças, que dão o maduro conselho, o que se nos ensina, quando em Minerva também adoramos Palas; porque invocando a Deusa das batalhas, nos assistirá também a da sabedoria, que conduz para as vitórias.
No que vos disse sobre as distinções, só quis mostrar que são indignos de verem de perto os Soberanos aqueles, a quem as primeiras doutrinas não fizeram aptos para lhes assistirem, pois que o serem bem vistos lhes infunde tal autoridade, que tratam mal as gentes, aborrecem as ciências; e por estas e outras razões, que tenho ponderado, domina o ódio, e a inveja na maior parte dos corações, as fábricas estão paradas, o comércio está arruinado, labora a ociosidade, os sábios se retiram, os bem morigerados se escandalizam,