e com a mágoa do trágico fim de seu consorte, emudeceu sem saber resolver se era sonho, ou realidade o que ouvia, até que o gosto mesclado com a pena que decidiu a questão com um mar de lágrimas, a que correspondiam os apertados laços, e alegre semblante. Que nova primavera (continuou Belino) é a que em vós vejo, pois como o sol, e chuva ao mesmo tempo acompanham tantas lágrimas a vossa alegria. Como é possível (respondeu Delmetra) que eu possa explicar-te o que sinto, ó filha querida, se ainda estou duvidando, que para mim se guardasse um prazer tão grande? Que dissera que a dura mão, que desuniu de Antionor o feliz espírito de Diófanes, viria a mostrar-me a suspirada filha! Mas tu não és Belino? Sim, que a Hemirena já sepultou a crueldade dos bárbaros. Não zombes de mim, gentil mancebo, que eu te amo desde o primeiro dia, que teus infortúnios te mostraram aos meus olhos; e se tantos excessos devo à tua compaixão, para que me escarneces? Bem sei que as desordenadas ações, a que me obriga uma dor violenta, te poderão segurar a minha loucura, e esta desculpar as tuas graças; não te admires de ouvir-me, admira-te de que eu vivia, quando recebo golpes no coração. Levanta-te Belino, que te suspende? E reparando mais nele,
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