e a moderação aprazível, pelo que pouco temo um perigo remoto, e muito receio um despenho próximo. Prossegui no que vos diverte, (lhe disse o Príncipe) porém moderai o que pode prejudicar-vos, assim como reconhecendo eu que é desonra dos príncipes o escusarem-se ao trabalho das campanhas, porque não sendo razão, que se ponha em dúvida a valentia do que manda, e deve ser modelo dos que obedecem, pois é o seu esforço o que infunde valor nos seus exércitos; também devo refletir que é igual a obrigação de não buscar os perigos, quando o não querer o Real decoro, e a utilidade pública; pois sendo virtude o valor, muda de natureza, se mais parece temerária vaidade, que zelo de honra, e amor dos povos; o que valerosamente se precipita, mais que bizarro, é furioso, e como o louco, que despreza a vida, jamais é senhor de si; altera a boa ordem militar, dá exemplos de temeridade, e arrisca exércitos, antepondo à segurança da causa comum a sua vangloriosa ambição, pelo que mais merece estátuas para o seu castigo, que padrões para as memórias das suas façanhas; e se conforme a precisão se desprezam os perigos e aumentam as providências, pela mesma razão se vos dispensam estes trabalhos, e cuidados, e a vossa
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