os zelos em um triste coração, pois só exalo furores, respiro vinganças, e mortes fulmino? Mas ai de mim! Se a ofensa não se prova, de que procede o que sinto? Ó vida infeliz, em que os contentamentos passa, como as sombras velozes, que nem os vestígios deixam, e aos tristes pesares só são permanentes! e neste pequeno teatro fazemos papel na tragédia da inconstância, que quanto de repente não acaba, o ter fim é infalível! E se a soledade dos montes é alívio de pesares, que os tristes diverte, os corações dilata, as aflições modera, os espíritos alegra, e os olhos recrea, sairei daqui só a buscar esse último remédio da minha total ruína, onde aprendendo a mais alta filosofia, me exercitarei naquela prática ciência, que conduz para o melhor fim, e ponha-se de todo o parêntesis entre a Majestade, e o associável de homem com os rústicos na sincera vida no campo. E tu, ó Nume infausto, que zombas dos mortais, negando assim as regalias de racional, e os domínios da razão ainda aos que são mais sábios, se te abrandar meu conforme padecer, executarás em mim na primeira ação da tua piedade o último golpe da tua tiranias.
Chegou Arsidas a lembrar-me, que o dia se passara, sem eu tomar alimento algum,