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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/327

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Onde acharei um sábio prudente, que creia o muito, que amo a verdade, e que a mentira aborreço? Onde acharei um justo compassivo, que me avise de que choram os pobres, de que se lastimam os que não têm valores, e de que se doem os queixosos? Oh mil vezes infeliz grandeza pois afugenta as luzes da verdade, e consiste em não desatar os laços do engano, em que docemente respira! Eu não posso ver tudo; e os que melhor vejo, menos merecem; os que menos se retiram, mais me afastam de acertar; o que mais amo, melhor me enganam; os mais capazes se me ocultam; e os incapazes os conheço, quando os danos os descobrem.

“As vossas doutrinas, e o meu desvelo tem produzido aqui homens excelentes; mas inteiramente perfeitos ou os não há, ou são raríssimos; porque o sábio soberbo parece quando é mais preciso, menos convém ocupá-lo; o que tem contra si o ódio do povo não sei se é mais útil entregá-lo ao esquecimento, que chamá-lo, para que sirva; o que estuda mais sobre a própria conveniência, que sobre o que convém à República, duvido se é menor a falta, que me faz, que o engano, a que me arrisco; e o que ou há de ser bem visto; ou há de maquinar vinganças, entendo que é mais