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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/38

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as prendas na memória, é obrigada a vontade a desprezá-las como ruínas do tempo. Tornaste a ver teus pais? lhe perguntou Argenéia. Ao que respondeu Hemirena: Sim, senhora; porque como nos empregos, que em casa me dava Anquísia, eu não sabia servi-la, ordenou que eu com outras escravas, e mais gente do campo fôssemos aprender a cultivar as terras; o que ou seria porque a minha desgraça lhe dispôs o ânimo para aborrecer-me, ou porque a minha inutilidade não soube granjear o seu afeto, pois não tem lugar as melhores artes entre os rústicos: eu a servia onde me não maltratava a chuva, ou o frio, não me afligia o calor do Sol, nem me fatigava o trabalho, porque só me oprimia o ver-me entre homens rústicos, abatida até ao último grau da desventura. Enquanto me não costumei a ouvi-los, me atemorizavam as grandes, e descompostas risadas, que davam, vendo-me no campo trabalhar entre eles; e como a melhor resposta sempre foi negar-lhes a atenção, eu me empregava em meu trabalho, não só como quem os não entendia, mas como se também os não ouvisse; e se acaso com dissimulação os observava, os via fazer gestos, e ações tão ridículas, que ou fossem explicativas do seu brutal afeto, ou demonstradoras da sua admiração, eram