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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/52

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intentas lisonjear-me; e ultimamente digo, que se coubesse em mim maior pesar, que serem os meus braços triste ocaso de Beraniza, só o seriam os teus rendimentos, pois é certo que estes em seu mesmo excesso naufragam, e que nunca jamais serão pagos; porque as mulheres, como eu, nem chegam a agradecer, sem que lhes fiquem escrúpulos no decoro. Se não queres ver-me consternada, deixa-me viver em paz, ou correr com a tormenta do meu destino, que nas prisões de escrava, ou de mim fugindo pelo Mundo, qual pobre peregrina, conservarei sempre na alma a glória de vencer entre tão novos trabalhos os assaltos de meu fado. É sem igual (lhe respondeu Ibério) a admiração, que me causa a ouvir-te; porque quando não é o outro o meu designo, mais quer render cultos à tua formosura, a tua isenção me maltrata. Pois sabe que às tuas prendas sempre tributarei adorações, sem que espero mais ditoso prêmio, que permitires-me o ver-te, porque ao teu decoro levantarei padrões, para lhe gravares letras, que imortalizem o teu severo rigor. Bem sei, Senhor (tornou a dizer Hemirena) que a tua discrição é capaz de conquistar impérios mais poderosos, e que os preceitos da modéstia não dispensam inteiramente as obrigações de agradecida; mas como nasci para