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AVENTURAS DE HANS STADEN
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Hans partiu para a cidade de Bremen e de lá para a Holanda, onde, no porto de Campon, encontrou varias naus que se aprestavam com destino ao reino de Portugal. O moço embarcou em uma delas e chegou a Setubal depois de quatro semanas de travessia.

— Quatro semanas ! exclamou Pedrinho. Que carroça !...

— Naquele tempo de navegação a vela as viagens dependiam dos ventos, sendo porisso incertas e demoradas. Fazia-se em meses o que hoje se faz em dias.

Hans esteve algum tempo em Setubal, com certeza provando o gostoso vinho moscatel que lá fabricam. Depois tomou o caminho de Lisboa. Sua tenção era seguir para as Indias numa das frotas que dali costumavam zarpar.

— Zarpar? interrompeu Pedrinho. Por que fala assim tão dificil hoje, vóvó?

— Não estou falando dificil, Pedrinho. Ha certas expressões que se chamam "tecnicas" e que vocês precisam ir aprendendo. Zarpar se diz quando um navio ou uma esquadra sai dum porto. E' uma expressão tecnica, isto é, de sentido exato.

— Muito bem. Continue. Achou ele navio que o levasse para as Indias?

— Não teve sorte. Hans não encontrou nenhum navio com destino ás Indias. Em vista disso engajou-se como artilheiro num barco do capitão Penteado, que se destinava ao Brasil. Essa nau era mercante, mas ia armada de canhões, como se fosse navio de guerra, e levava