dos aventureiros consistia em virem juntar ouro do chão, enchendo grandes sacos que os enriquecessem para o resto da vida.
— Mas era assim mesmo, vóvó ?
— Era. Nas jazidas á flor da terra e no cascalho de certos rios o ouro realmente abundava de maneira maravilhosa, e o que os portugueses e espanhois tiraram da America não tem conta. Foram milhares e milhares de arrobas !
— Por que, então, não se tornaram esses paises os mais ricos do mundo? perguntou Pedrinho.
— Porque não souberam guardá-lo, respondeu dona Benta. Não basta ganhar, é preciso conservar, coisa muito mais dificil. Todo o ouro que Portugal tirou do Brasil foi se passando aos poucos para os paises industriosos, sobretudo para a Inglaterra, em troca dos produtos das suas fabricas. Quando os portugueses abriram os olhos, era tarde, o ouro do Brasil estava todo em mãos de gente mais esperta.
IV
A SEGUNDA VIAGEM
O NOSSO Hans Staden foi para Sevilha e lá encontrou uma frota de tres navios comandados por D. Diogo de Senabria, que fôra nomeado pelo rei da Espanha governador do Rio da Prata. Hans engajou-se a bordo de um dos navios e partiu em 1549, no quarto dia depois da Pascoa.