gadores, e presem os que o som, que por saberem todo o que sobresto aquy screvo, nem poderem screver os que em ello mais que eu entendem , nom avendo dello boa contvnuada ausança, com as outras ajudas suso scriptas; mas esto faço por ensvnar os que tanto nom souberem, e trazer em renembrança aos que mais sabem as cousas que lhes bem parecem, e nas fallecidas emmendando no que screvo, a outros poderem avysar. E os que esta manha quiserem aver he lhes necessario que ajom as tres cousas principaaes, per que todallas outras manhas se acalçom, as quaaes som estas : grande voontade, poder abastante, e muyto saber. De cada hũa direi apartadamente o que me parece, ainda que o poder e querer nom sejom verdadeiramente pera ensynar, porque se gaançom per natureza e graça special em cada hũa cousa , mais que por ensynança; screvo sobrello por espertar o desejo, e mostrar o poder que geeralmente avemos, se voontade e saber ouvermos.
Screvendo esto alguũs disserom que nom deveria filhar tal cuydado quem outros tantos e tam grandes sempre tem, e desy que esta manha cada huũ per sv a deprende, e porem era scusado sobrello screver. A esto respondo por me scusar, e dar a outros, que taaes obras quiserem fazer, regra per a maneira e proposito que sobrello tenho. Consiirando o que lii do coraçom do homem, que he semelhante aa moo do moynho, a qual botada per força das auguas nunca cessa de seu andar, e tal farinha da como a semente que mooe, e o coraçom que assy faz obrar como lhe consentem que mais pense; e fallecendo de boos cuydados no que he forte de o sempre teer, nom podendo estar que nom cuvde, torna ligeiramente aos maaos, que som nacimento de toda maldade, se algũas vezes lhe nom dom outros em que possa, avendo spaço e folgança, sem mal pensar, seer embargado. E sentvndo esto o vallente emperador Jullyo Cesar