Que era um anjinho de Deus!
E quando o sol se escondia
Do prado vinha e corria
A rezar junto dos seus.
No colo então da mãezinha
Ia-se logo a deitar,
Como a mimosa avezinha
Vai-se no ninho ocultar.
Fugia ao mundo — inocente!
Calada sempre e contente,
Só Deus amava e seus pais.
Cismava... mas não de amores;
Seus sonhos eram de flores
Feliz se achava — demais!
Assim vivia calada
Sempre a folgar, a sorrir;
Das amigas separada
Dos mancebos a fugir.
Eis que um dia junto ao monte
Para os céus erguendo a fronte
A virgem pôs-se a rezar,
Rezou... rezou... e tremendo,
Pasmada se foi correndo
Por seus pais alto a chamar!
Fora um milagre! A donzela
Em voz bem clara falou!
Ficando agora mais bela
Quase divina ficou!
E o povo crê na verdade
Que a Virgem da Piedade,
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Aspeto