para que evitassem os abusos e vícios de que estava afetada a sociedade.
Se a guerra se ateava entre os colonos e os índios, eram os padres os primeiros medianeiros, que se apresentavam, e poupavam a efusão de sangue, já adoçando a ferocidade dos conquistadores, com as máximas de paz de Jesus Cristo, já aplacando a vingança dos índios prejudicados em sua liberdade e independência. Daí esse predomínio, que adquiriram sobre todas as tribos, para lhes imporem essa tremenda polícia, que os contemporâneos condenaram, mas que a experiência confirmou, como a mais apta para a sua civilização.
A reação foi terrível; a soma dos interesses prejudicados pela missão dos novos apóstolos levantou-se contra eles, e a luta renhida, dura, atrevida começou entre os jesuítas e os colonos, entre a liberdade dos índios propagada por eles, e o seu cativeiro advogado e exercido por estes. Em vão os breves apostólicos fizeram conhecer às consciências as mal fundadas bases, em que se estribavam; em vão as cartas régias, os alvarás com força de lei das cortes de Lisboa e Madri procuravam proteger a liberdade dos miseráveis índios.
Os jesuítas, conquanto advogassem uma causa tão justa, não podiam todavia acobertar-se das acusações, que se levantavam contra eles. Com o tempo adquiriram imensa riqueza, ganharam suma consideração, nascida também em parte de seus talentos e estudos, no meio