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Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/49

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real no meio de geral consternação; o povo com os olhos rasos de pranto, com o coração traspassado de saudade contemplou mudo e estupefato a partida da esquadra portuguesa comboiada pela inglesa.

Ao princípio desencadeia-se a tempestade; o tufão empola a superfície das águas, joga as naus e ameaça arremessá-las às praias. Dir-se-ia, que o Tejo se opunha à sua partida; esse Tejo tão contrário do que era antes quando Cabral soltava as suas velas no meio das saudações alegres e das salvas da artilharia, e partia para o descobrimento de um império; então Camões embocava a tuba e eternizava o nome português. Afinal as ondas se acalmam e aos tufões sucedem as brisas, que sopram enfunando as velas às ligeiras naus e o mar se abre em flores sob suas quilhas... Então a pátria desaparece aos ilustres viajantes.

À tarde desse dia volta o temporal e agita de novo o Oceano. O vice-almirante inglês dirige-se ao príncipe regente e roga com instância, que se passe para a nau de seu comando, onde estaria em maior segurança. O príncipe regente parece hesitar entre o susto, que lhe assalta o coração e o dever de não abandonar a sua nau, mas um menino, que contava apenas quinze anos e que se achava a seu lado, mudo espectador das peripécias, que se reproduziam ante seus olhos, como que acorda de seu letargo à voz da pátria, que lhe vibra no coração exclama: “Senhor! Se a má fortuna nos forçou a abandonar