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Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/56

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cada vez mais este recente império, pois teve a ventura de haver sido fundado pela sabedoria e magnanimidade do nosso incomparável soberano, cujo nome só por isso passará à mais remota posteridade; e a fundação da monarquia brasileira fará uma época na história futura do universo!” 1

Ainda assim o Brasil não despedaçou os vínculos, que o uniam ao reino irmão e enviou seus deputados às Cortes de Lisboa; longe porém de lhes estenderem cordialmente a mão, os oradores de além-mar iniciaram a luta parlamentar; em breve as hostilidades das Cortes portuguesas contra o reino cisatlântico se patenteara em seus furibundos e irrisórios decretos, e o príncipe D. Pedro recebeu ordens para deixar a capital brasileira.

A consumação do grandioso ato da emancipação política dependia de um fiat; o príncipe D. Pedro o deu naquele mágico e eterno brado, que soltara nos campos de Ipiranga, à hora da véspera, no sempre memorável dia 7 de setembro de 1822. Bem depressa, como de eco em eco, o brado da independência retumbou de província em província, e desapareceram os últimos vestígios da dominação portuguesa ante a vitória das armas brasileiras, que triunfaram da resistência, que encontrara em algumas províncias do Norte. Então o pavilhão auriverde, símbolo da primavera e da riqueza, abrilhantado pela constelação das vinte estrelas, ondulou do Amazonas a Prata, e flutuou nos mares do velho hemisfério como o emblema de um novo povo.