Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/58

Wikisource, a biblioteca livre

o pendão da revolta e proclamavam a democracia com as armas na mão; e nem a pacificação das províncias sublevadas, e nem a publicação da constituição, a que o imperador prestou solene juramento e com ele toda a nação, deram mais firmeza ao trono imperial, que parecia vacilar sobre as bases do sistema monárquico representativo. A impopularidade da guerra cisplatina e ainda mais a impopularidade da paz celebrada tão inoportunamente, agravaram a triste situação do seu imperado.

No meio das dificuldades, com que lutava o governo pouco popular do imperador, ouviram-se os brados triunfais da revolução francesa, que destronizara Carlos X; os ânimos entusiasmaram-se com o triunfo do partido liberal, que elevou ao trono da França o representante da família de Orleans, e desgraçadamente os portugueses residentes no Rio de Janeiro procuraram ainda intervir nos acontecimentos políticos e os ódios nacionais como que acordaram ao brado do Ipiranga. Renhida e sangüenta luta ia começar... Por quem desembainharia D. Pedro a sua espada, que refletira os raios de setembro?

Sucessor de D. João VI no trono português, ele tinha abdicado a coroa, que cingira as cabeças de tantos reis célebres, cujos nomes encheram outrora dilatados mares e longínquos países, em favor de sua filha, a princesa D. Maria da Glória, nascida sob o esplêndido céu dos trópicos,