armas, transpuseram o Araguaia e apareceram nas vizinhanças do rio Claro, na província de Goiás. Durante o dia o fumo e durante a noite o clarão de suas fogueiras denunciavam que não estavam longe daquele arraial e seus habitantes previam com receio a hora tremenda da bárbara incursão, quando veio tranqüilizá-los o nome de Damiana da Cunha.
Era o digno marechal Miguel Lino de Morais, presidente da província, que a chamara, implorando o socorro da mulher missionária; e pela quarta vez deixou ela a sua habitação e aceitou a tarefa árdua mas honrosa que se lhe cometia em nome da civilização.15 Não era esse o seu sonho? Longe de dar-se por fatigada e procurar descansar para sempre sobre o prestígio que havia adquirido, coberta das bênçãos de seus contemporâneos, anelava novas entradas pelos sertões, antevendo novos triunfos no descimento de outras tribos que por lá existiam nas sombras do paganismo, e pois o ensejo nunca lhe foi mais favorável.
O presidente Miguel Lino de Morais lhe escreveu de seu próprio punho, dando-lhe bem cabidas instruções, repletas de conselhos fraternais, numa linguagem condigna de quem em tão remotas paragens representava a pessoa do chefe da nação.16
Ouçamos as suas palavras:
“A amizade com os índios caiapós nossos vizinhos muito me interessa.