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D’esse amor infinito que eternisa
O consorcio dos orbes que se enredão
Dos mysterios do ser na têa augusta!
Que prende o céo á terra e a terra aos anjos!
Que se expande em torrentes ineffaveis
Do seio immaculado de Maria!

Cegou-me tanta luz! Errei, fui homem!
E de meu erro a punição cruenta
Na mesma gloria que elevou-me aos astros,
Chorando aos pés da cruz hoje padeço!

O som da orchestra, o retumbar dos bronzes,
A voz mentida de rafeiros bardos,
Torpe alegria que circumda os berços
Quando a opulencia doura-lhes as bordas,
Não te saudárão ao sorrir primeiro,
Clicia mimosa rebentada á sombra!
Mas ah! se pompas, esplendor faltárão-te,
Tiveste mais que os principes da terra !