da Irlanda; as rendas, absurdamente elevadas, absorvem todo o producto da terra, e o rendeiro escassamente póde viver, muito menos economizar.
Além do sólo, o proprietario deve fornecer a habitação e os instrumentos de trabalho: se na fazenda não existe casa, ou se ella necessita reparações, o land-lord dará naturalmente alguma madeira, uma mão-cheia de prégos, um molho de colmo, para que o trabalhador erga a cabana miseravel, muito inferior, como conforto, aos curraes dos nossos gados; e a esta generosidade regia o land-lord juntará talvez um velho arado e um ferro de enxada. Mas estes dons são adiantamentos que elle sobrecarrega com preços duplos ou triplos do seu valor, e de que se faz embolsar por prestações trimestraes.
Não é possivel ser mais grandioso ou mais nobre.
Aqui está, pois, o rendeiro de posse de um tecto, de um terreno e de ferramenta. Parece que só lhe resta começar a cultivar.
Assim seria, se não fosse na Irlanda. Mas a natureza, mãe fecunda e amante, comporta-se aqui ainda peior que os lords: se a natureza tivesse assento na camara dos pares de Inglaterra, não seria mais aspera, mais hostil ao pobre e mais avara de si mesma. A natureza, quando não se apresenta ao