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CARTAS DE INGLATERRA

apavorada para os caes de embarque, apinhando-se em paquetes, em navios de carga, em barcaças, em qualquer cousa que pudesse fluctuar na agua, e fugir da terra funesta, pagando a peso de ouro o direito de se agachar n’um buraco de porão; a maneira magistral como a Inglaterra, pelos officiaes da sua armada, organisou e policiou esta nova fuga dos hebreus; emfim, a chegada a Alexandria do Khediva, que perdera toda a auctoridade no Cairo, e colhia a opportunidade de vir abrigar os restos esfrangalhados da sua realeza sob os canhões do almirante Seymour.

Arabi-pachá, que se tornára, de facto, dictador, correu tambem a Alexandria — e o seu primeiro passo foi estabelecer tribunaes marciaes, para julgarem os massacradores do dia 11.

Note-se que se não tratava, nem por sombras, de punir os europeus que tinham mandado tresentos mussulmanos d’esta terra de miserias para o paraiso de Allah; mas sómente os mussulmanos suspeitos de terem posto mãos violentas sobre christãos. Ainda assim, os jornaes inglezes bradaram logo que não se podia ter confiança na justiça, na imparcialidade dos magistrados egypcios, tão hostis ao estrangeiro como á populaça — e que taes julgamentos não passavam d’uma farça, onde os réus, que se mostravam um momento á Europa carregados de ferros postiços,