Pouco a pouco o salão ficou animado como o velho Caerleon n’uma manhã de torneio. O pequeno Bird, de Rei Arthur, com seu manto bordado d’ouro, os cabellos frisados sahindo em anneis de sob a corôa carregada de pedras, passeava magestoso, entre os seus irmãos de armas. Uma senhora, encantada, quiz dar-lhe um beijo. Elle repeliu-a asperamente, como teria feito o casto Rei Arthur. Mais orgulhoso do que elle, só o bravo Lancelote do Lago, a quem tinham pintado um buço, e que revestido de armas negras, com uma longa pluma escarlate ondeando-lhe desde o elmo até ás esporas d’ouro, não tirava a mão da espada. E o que parecia ensoberbece-lo mais era a sua faxa de gaze branca, passada sobre a couraça, e feita em rigida obediencia á epopéa, d’um véo da rainha Guinevra. Essa era a grande belleza do saráu, a rainha Guinevra, uma irlandezasinha com as duas tranças negras e os olhos verdes como os prados d’Erin. Séria e fria, envolta na pesada capa de setim azul, conservava-se no meio de um sofá, immovel, com um sorriso que lhe punha uma covinha no queixo, indifferente aos madrigaes, insensivel ás proezas dos cavalleiros, e sempre de olhos baixos, ou por ella os bardos firam as harpas, ou por ella se batam os vassalos junto ao mar de Cornwall.
Um escudeiro annunciou o lunch, tocando uma buzina de prata, tal qual como no Caerleon. E pelo