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Página:Cartas de Inglaterra (Eça de Queirós, 1905).djvu/252

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CARTAS DE INGLATERRA
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como um monturo immundo entre roseas flôres de rhetorica. Não: tinha sido encaixado com uma habilidade diabolica. Sir William Harcourt estava accusando os conservadores de affectarem uma patriotica melancolia em presença dos suppostos perigos, que sob o regimen liberal correm os grandes principios da ordem monarchica, a integridade mesma da Inglaterra. E aqui perguntava-lhes, naturalmente n’um natural movimento de oratoria: «Porque são esses gemidos? Porque é essa exageração de tristeza publica? Decerto a questão da Irlanda e a do Egypto são graves: mas o governo de Sua Magestade sabe que as soluções proveitosas e gloriosas não tardarão... Nós estamos tranquillos. Eu, por mim, sinto-me na disposição de quem, depois de cumprir um dever official, tem para o recompensar o sorriso sereno e approvador da consciencia, etc., etc.»

E justamente aqui as linhas perversas entravam naturalmente traçadas, desenvolvendo mais esta affirmação de contentamento intimo, mostrando a exuberancia de espirito d’um ministro galhofeiro, que, em presença do glorioso estado da cousa publica, admitte que o regosijo da nação tome a fórma excentrica mas justificavel, de uma tremenda bambochata, de um regabofe de estalar tudo... Sir William prosseguia (comprehendem bem que eu dou só expressões aproximativas e atenuadas; traduzir á