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Página:Cartas de Inglaterra (Eça de Queirós, 1905).djvu/41

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CARTAS DE INGLATERRA

aqui Litteratura Geral. Não se contam as reimpressões; nem as edições dos classicos, em todos os formatos, desde o in-folio, que só um Hercules póde erguer, até ao volume miniatura, cujo typo reclama microscopio, e em todos os preços desde a edição que custa 50 libras, até á que custa 50 réis: não se contam as traducções de livros estrangeiros, sobretudo as litteraturas da antiguidade: não se conta, emfim, essa incessante producção das Universidades, essa outra levada de gregos e latinos, de commentarios, de glossarios, de in-folios, que lançam de si, aos caixões, as imprensas de Clarendon.

Ha n’esta litteratura geral uma especie de que o inglez não se farta — a litteratura de viagens. Já não fallo nos romances: isso não constitue hoje uma producção litteraria, é uma fabricação industrial.

Na vida domestica ingleza, a novela tornou-se um objecto de primeira necessidade como a flanella ou as fazendas de algodão; e, portanto, toda uma população de romancistas se emprega em manufacturar este artigo, por grosso, e tão depressa quanto a penna póde escrever, arremessando para o mercado as paginas mal seccas no ancioso conflicto da concorrencia.

Mas a gula, a gulodice de livros de viagem é tambem consideravel, e de resto bem explicavel n’uma raça expansiva e peregrinante, com esquadras