O nosso colega, Amâncio de Vasconcelos, estudante de medicina. Escuso dizer que é muito talentoso e um caráter excelente.
Os dois apertaram a mão de Amâncio com solenidade, e afiançaram que tinham imenso gosto em conhecê-lo.
— João Coqueiro e Salustiano Simões! nomeou o Paiva, indicando os dois. — São ambos da Politécnica.
E acrescentou em voz baixa, ao ouvido de Amâncio, mas de modo que fosse ouvido por todos:
— Muitos distintos!...
O Coqueiro observava em silêncio o novo colega, enquanto o Paiva e o Salustiano reatavam um velho colóquio, interrompido à última vez que estiveram juntos; aquele saiu do seu recolhimento para indagar de que província era Amâncio, como se ia dando nos estudos e onde estava hospedado. Entretanto o Simões afrouxava lentamente na conversa com o outro e caía aos poucos na sua habitual concentração; já respondia apenas por monossílabos e só despregava o cigarro dos dentes para bocejar. Afinal, sem conter a impaciência, quis dissolver o grupo; mas Amâncio tolheu-lhe a idéia perguntando-lhe e mais ao Coqueiro se já tinham almoçado e, visto que não, pediu-lhes que lhe fizessem companhia.
Aceitaram, depois de alguma resistência por parte do último; e os quatro rapazes seguiram imediatamente caminho do hotel, a rir e a dar língua, como se fossem todos amigos de muito tempo.
Paiva Rocha pediu um gabinete particular e aí se instalou com os outros.
Amâncio estava maravilhado. O aspecto daquelas salas afestoadas, cheias de espelhos, de cortinas e douraduras,