CINCO MINUTOS
123
para mim e apoiou as mãos sobre o meu hombro.
— Meu amigo, disse ella com voz debil, vou te pedir uma cousa, a ultima. Tu me promettes cumprir?
— Juro, respondi-lhe eu com a voz cortada pelos soluços.
— D’aqui á bem pouco tempo... d’aqui á algumas horas talvez... Sim! sinto faltar-me o ar!...
— Carlota!...
— Soffres, meu amigo! Ah! si não fosse isto eu morreria feliz.
— Não falles em morrer!
— Pobre amigo, em que deverei fallar então? Na vida?... Mas não vês que a minha vida é apenas um sopro... um instante que breve terá passado?
— Tu te illudes, minha Carlota.
Ella sorrio tristemente.
— Escuta; quando sentires minha mão gelada, quando as palpitações do meu coração cessarem, promettes receber em teus labios a minha alma?