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J. de Alencar
vida agora é você, ou antes a sua sombra.
— Muitas vezes toma-se um capricho por amor; não conhece de mim, como diz, sinão a minha sombra!...
— Que me importa?...
— E si eu fosse feia? disse ella rindo.
— É bella como um anjo! Tenho toda a certeza.
— Quem sabe?
— Pois bem; convença-me, disse eu passando-lhe o braço pela cintura e procurando leval-a para uma sala vizinha, d’onde filtravam os raios de uma luz.
Desprehendeu-se do meu braço.
A sua voz tornou-se grave e triste.
— Escute, meu amigo; fallemos seriamente. Diz que me ama; eu o creio, eu o sabia antes mesmo que me