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J. de Alencar

sempre um gozo immenso e um grande consolo para a desgraça. O que é triste, o que é cruel, não é essa viuvez da alma separada de sua irmã, não; ahi ha um sentimento que vive, apezar da morte, apezar do tempo. É sim esse vacuo do coração que não tem uma affeição no mundo, e que passa como um estranho por entre os prazeres que o cercam.

— Que santo amor, meu Deus! Era assim que eu sonhava ser amada!...

— E me pedia que a esquecesse!...

— Não! não! Ama-me: quero que me ame. Ao menos...

— Não me fugirá mais?

— Não.

— E me deixará ver aquella que eu amo, e que não conheço? perguntei sorrindo.

— Deseja?

— Supplico-lhe!

— Não sou eu sua?...

Lancei-me para a saleta onde havia