CINCO MINUTOS
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A porta da sala fechou-se sobre ella; tinha-me fugido.
Voltei ao hotel.
Abri a minha janella, e sentei-me ao relento.
A brisa da noite trazia-me de vez em quando um aroma de plantas agrestes que me causava intimo prazer.
Fazia-me lembrar da vida campestre, d’essa existencia doce e tranquilla que se passa longe das cidades, quasi no seio da natureza.
Pensava como seria feliz vivendo com ella em algum canto isolado, onde pudessemos abrigar o nosso amor em um leito de flôres e de relva.
Fazia na imaginação um idyllio encantador, e sentia-me tão feliz que não trocaria a minha cabana pelo mais rico palacio da terra.
Ella me amava.
Essa só idéa embellezava tudo para mim; a noite escura de Petropolis