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J. de Alencar
No dia seguinte reatei o fio de minha existencia, feliz, tranquilla e descuidosa, como costuma ser a existencia de uma moça aos dezeseis annos.
Algum tempo depois fui á outros bailes e ao theatro, porque minha mãi, que guardára a minha infancia como um avaro esconde seu thesouro, queria fazer brilhar a minha mocidade.
Quando cedia a seu pedido e me ia a apromptar, emquanto preparava o meu simples trajo, murmurava:
— Talvez elle esteja.
E esta lembrança, não só me tornava alegre, mas fazia com que procurasse parecer bella, para te merecer um primeiro olhar.
Ultimamente era eu quem, cedendo á um sentimento que não sabia explicar, pedia á minha mãi para irmos á um divertimento, só na esperança de encontrar-te.
Nem suspeitavas então que entre