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Página:Collecção de autores portuguezes (Tomos I-IV).djvu/222

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Deos o quiz, Deos que mede a intensidade
    Da dôr e da alegria,
Que cada ser comporta — n’um momento
    D’arroubo ou d’agonia!

Embora pois a nossa vida corra
    Alheia da ventura!
Alem da terra ha céos, e Deos protege
    A toda creatura!

Viajor perdido na floresta á noite,
    Assim vago na vida;
Mas sinto a voz que me dirige os passos
    E a luz que me convida




A SAUDADE.


Saudade, ó bella flor, quando te faltem
Coração ou jardim, onde tu cresças;
     Vem, vem ter commigo;
     Deixa os que te não seguem,
     Terás em peito amigo
     Lagrimas, que te reguem,
     Espaço, em que floresças.

Das pegadas da ausencia tu despontas,
Entre as memorias cresces do passado,
     Quando um objecto amado,
     Quando um logar distante,
     Noite e dia,
Nos enluta e apouquenta a fantasia.
     Vem, ó Saudade, vem
     A mim tambem