Página:Contos amazonicos.djvu/85

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Mariquinha sentia a felicidade inundar-lhe a alma, o seu coração abria-se às mais lisonjeiras esperanças, os olhos brilhavam com um fulgor que embriagava a Lourenço. Todos os pesares da moça desvaneceram-se de súbito, as noites de insônia e os dias dolorosos foram esquecidos. O carmim tingiu-lhe as faces descoradas. O tronco do grande taperabá protegeu o primeiro e único beijo que trocaram aqueles dois amantes.

No dia seguinte, Mariquinha amanheceu cantando, o que surpreendeu a todos de casa, menos à velha Margarida, que durante a noite ouvira a história do passeio à Prainha. Passou a moça o dia alegre e contente, mas à noite esperava-a uma decepção horrível.

Reunidos em casa do capitão Amâncio, para um jogo de prendas, Mariquinha e Lucinda acharam-se frente a frente. Lourenço, por uma inexplicável contradição, foi todo atenções e desvelos para a filha do juiz, sem se importar com o despeito visível daquela a quem na véspera jurara um sincero amor. Lourenço e Lucinda, ao abrigo das liberdades do jogo,