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publicações tão habilmente sustentadas como A Semana, a producção mental do Brazil é a muitas respeitos digna de attenção, e d’ella, mais que de nenhuma outra dos paizes latino-americanos, se tem occupado por vezes a critica européa.

Quem conhece entre nós — para citar só um nome — esse critico de tão solida e profusa erudição, tão moderna variedade e bella galhardia, que se chama Araripe Junior?»

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E accrescenta depois:

«Ao percorrer as paginas d’este livro, vê-se que quem o tratou é escriptor que não desdenha o amor da arte da palavra. Se não ha ali o labor de um artista, se não chega até aos virtuosismos de fórma de alguns dos seus jovens patricios — a verdade é que elle se proclama singelamente «naturalista na expressão» — tem uma espontaneidade e um dizer amavel que impressionam mui favoravelmente.

Narra sem ambages; dá uma bella impressão da natureza tropical nas suas descripções selvagens e fluviaes.

No principio conta os suaves deleites do isolamento; Zimmermann ficaria muito satisfeito com elle. Depois, um bando de gaivotas leva-o a exhalar suspiros de vaga melancolia. Recordando o pavoroso naufragio do Purús, no grande