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interpretasse o seu pensamento!

Mas era mais do que um jornalista, o Heitor: era um litterato de vocação. Seu anhelo mais vehemente consistia na publicação d’um livro, novella ou contos, que fôsse a definitiva consagração do seu nome de escriptor. Muito joven, fizera nas lettras uma estréa banal, quando estudante. Lançara, como tantos, um manifesto politico em verso e commettera sonetos como toda a gente os perpetra, aos 20 annos. Porém depressa lhe disse o bom senso não serem os versos o seu forte e Heitor dedicou-se á prosa. Tivera, ao principio, um estylo guindado, quasi gongorico: influencia de Camillo Castello Branco, que o impressionara violentamente. Fez-se pesquizador de vocabulos raros e tentou remoçar, com honras de neologismos, termos venerandamente archaicos. Seu criterio, entretanto, aconselhou-o com brandura a emancipar-se