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no afastamento, ao som d’um preludio de quadrilha, Paquinha tomou uma das mãos de Julio e segredou, com a emoção a sacudir-lhe a voz:

— Se eu te amasse?...

Estava o moço muito longe de prever similhante pergunta. De surpresa foi a primeira impressão. Logo, porém, sorriu — jubilo ou ironia? — e exclamou:

— Serias a mais justa e misericordiosa creatura da terra, meu amor!

— Vamo’-nos, então, repoz a caboclinha, sempre a meia-voz, gravemente.

Descendo a escada, Paquinha levava o coração repleto de alegria. Seu rosto, transmudado pelo contentamento, exprimia deliciosas impressões. Era ella quem seguia adeante, agarrada á mão direita do rapaz, com um ar de triumpho, que lhe duplicava a belleza. Julio constituia a sua presa, — a presa da alma apaixonada. Como era bom amar e ser amada!