O commendador Gonçalves era ambicioso.
Pudera!
Ou não fosse elle commendador.
Estava riquissimo, mas queria que os filhos fossem ainda mais ricos do que elle.
Para isso andára a moirejar a vida inteira, por isso se sustentára de pão negro e de bacalhau durante os annos mais florentes da mocidade!
O seu mais intimo amigo, possuidor de um baronato, de avultada riqueza e de uma filha unica tão prendada como elle desejava as suas, fallou-lhe um dia disfarçamente, com certa labia, a respeito de Julião.
A meio entendedor meia palavra basta; d’ahi a quatro mezes o commendador dava uma pequena soirée intima, em que a menina Adriana, filha do sr. Barão de X, e chegada havia dias do Sacré Cœur, era apresentada ao seu futuro noivo, o Sr. Julião Gonçalves.
Estavam só pessoas de familia em casa do commendador.
Elle, a mulher, as duas filhas, o filho e Martha. Emquanto ao barão, viera simplesmente acompanhado pela filha.