Ninguem diga que Zola é um escriptor immoral, não; elle é simplesmente um escriptor mysantropo: vê as cousas pelo lado mais negro, e as suas bachanaes, nuas como são, não téem effeitos enervantes, doem como um caustico applicado sobre uma ulcera aberta.
Ao lel-o, a gente não tem de certo tentações de imitar os seus deploraveis heroes; pelo contrario. Sente-se ferida, humilhada, quasi que angustiada, e exclama tristemente: Meu Deus! pois a humanidade é isto!
Octavio Feuillet é, por assim dizer, o contraste do seu illustre contemporaneo.
Escreve das mulheres e para as mulheres com penna d’ouro e nacar.
Feuillet é o ultimo romantico, depois do romantismo ter morrido, como Balzac é o primeiro realista antes do realismo nascer.
Para Feuillet, o delicado observador, as paixões são doenças da alma; para Zola, o anatomista implacavel, as paixões são doenças do corpo.
O convulso e repugnante hysterismo das mulheres de Zola não tem nada que vêr com a sentimentalidade melancolica das mulheres de Feuillet.
Nenhuma d’ellas — deixe-se isto bem claramente registrado para honra e felicidade do sexo feminino — nenhuma d’ellas é a verdadeira mulher, a que