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FABRICIO
 

O defunto Fabricio
Era a personificação do vicio.
Apezar de casado
Tom Severa, uma santa, o desalmado,
Cratando-se de pandegas e orgias,
Não era typo que perdesse vasa.
Durante muitos dias
E muitas noites não entrava em casa,
Ou só entrava fóra de horas, tonto.
Tinha uns amores que sahiam caro;
Tudo quanto ganhava
N’uma repartição onde era raro
Chegar a tempo de assignar o ponto,
Longe do lar domestico esbanjava.
Alèm disso, jogava.
Da sordida espelunca
Sempre elle sahiu «prompto»,
Mas corrigido, nunca.

Severa, a esposa, a victima, coitada,
Começou por verter acerbo pranto;
Cahiu enferma, e tanto,

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