142
CONTOS BRASILEIROS
Tão rigorosa espessura
Não tomava por lisonja
Nenhuma pallida monja
Da tenebrosa clausura.
Pois, consoante noticía,
Do povo, que não se illude,
Só respirava virtude
Tão santa e nobre milicia.
Até boatos correram
De que monjas da Piedade
Com cheiro de santidade
Ao céo as almas renderam!
Velha tradição transporta
Que perfeita e nacarada
Fôra uma freira encontrada
Seis annos depois de morta.
Sería o corpo tão casto
Daquella freira benigna
Que não foi a terra digna
De fazer delle o seu pasto?
Essa reclusa divína,
Que ninguem hoje conhece,
No meu conto reapparece,
E’ do meu conto heroina.