O MARIDO, A MULHER E O OUTRO
O Secundino Arantes
Era um marido commodo: a senhora
Tivera quatro, cinco ou seis amantes,
E o desgraçado, embora
O soubesse, faltando-lhe energia,
Caladinho ficava e não reagia.
Vivia escravisado;
Amava-a, achava-a bella;
Estava acostumado
A’quillo, e não podia
Outra vida viver senão aquella.
Entretanto, n’um dia
Em que um tal Souza, o derradeiro amante,
Nos adulteros braços esquecido,
Se deixou sorprehender pelo marido,
Este, que, até tão malsinado instante,
Tudo embora sabendo, nada vira,
Teve um accesso de ira!
Para que o seu furor deixasse traços
(Assim um pusilanime se vinga!),