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Página:Contos em verso.djvu/226

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CONTOS BRASILEIROS


A mãe, coitada! não sabe
Que está morta a pequenita...
Dizem-lh’ o; não acredita
Que o seu lindo sonho acabe,

E grita com voz sonora:
— Se me dás este anjo vivo,
Tens uma toalha de crivo,
O’ minha Nossa Senhora!

 

III

Enche-se a casa de gente.
Visitas e mais visitas.
Caras as mais esquisitas
Entram animadamente.

Fazem berreiro as mulheres.
Só não chora uma visinha
Velha, velha, bem velhinha
Dizendo á mãe: — Que mais queres?

E és bem feliz, minha rica!
E’ uma felicidade
Quando ellas vae nessa edade
E aqui no mundo não fica!

Oh, creatura serodia,
Que a Morte esqueceu no mundo,
Tens, do espirito no fundo,
Mais egoismo que prosodia!