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Página:Contos em verso.djvu/43

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BANHOS DE MAR
 

Manoel Antonio de Carvalho Santos,
Negociante dos mais — acreditados,
Tinha, em sessenta e tantos,
Uma casa de seccos e molhados
Na rua do Trapiche. Toda a gente
— Gente alta e gente baixa —
O respeitava. Merecidamente:
A sua firma era dinheiro em caixa.

Rubicundo, roliço,
Era já outoniço,
Pois ha muito passára dos quarenta
E caminhava já para os cincoenta.
O bom Manoel Antonio
(Que assim era chamado),
Quando do amor o deus (Deus ou demonio,
Porque como um demonio os homens tenta,
Trazendo-os num cortado)
Fel-o gostar devéras
De uma menina que contava apenas
Dezoito primaveras,
E na candura de anjo
Causava inveja ás próprias assucenas.

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