JUVENAL
Chegado ha pouco de Napoles,
Mal completara treze annos
A flôr dos italianos,
O formoso Juvenal.
Vendia as folhas diarias;
Cançava as perninhas nuas,
Gritando por essas ruas:
— Cruzeiro! Globo! Jornal! —
Coitado! Vivia o misero
Como um cãosinho sem dono,
Ao mais completo abandono,
Ora aqui, ora acolá,
A dormir um somno placido
A’ noite, nas horas mortas,
Sobre o batente das portas
Deitava-se ao Deus dará!
Da saude a côr purpurea
Não lh’a alterára o desgosto:
Juvenal tinha no rosto
Da infancia o roseo matiz.
Era o innocente noctivago,
No seu viver lastimoso,