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O PHANTASMA BRANCO
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IV

Tudo se fez conforme o plano. A bella,
Depois de presa e de maldiçoada,
Sahiu de casa e foi depositada,
Até que o Brito se casou com ella.
Vieram, logo depois, dias de fome,
E o menestrel dizia
Que quem ama não come:
Vive de amor e vive de poesia.
Philomena já estava resolvida
A procurar de novo o lar paterno,
Quando o marido, carinhoso e terno,
Lhe disse: — Meu amor, foste illudida...
Agora, que o romance te abandona,
Saberás que sou rico e tu és dona
De um palacete onde não falta nada! —
E revelou-lhe toda a farçalhada,
Co’a participação do pae furioso.
— Que tolice! por que não foste franco?
— Oh! si o fosse, o marido venturoso
Jámais seria do Phantasma branco!