Página:Contos fluminenses.djvu/265

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A sua solicitude, confesso, incommodava-me. Muitas vezes lhe respondia mal, não já porque eu o odiasse, mas porque de todos era elleo unico a quem eu não quizera ouvir d’estas interrogações.

Um dia voltando para casa á tarde chegou-se elle a mim e disse:

— Eugenia, tenho uma noticia a dar-te.

— Qual?

— E que te ha de agradar muito.

— Vejamos qual é.

— É um passeio.

— Aonde?

— A idéa foi minha. Já fui ao Emilio e elle applaudio muito. O passeio deve ser domingo á Gavia; iremos d’aqui muito cedinho. Tudo isto, é preciso notar, não está decidido. Depende de ti. O que dizes?

— Approvo a idéa.

— Muito bem. A Carlota póde ir.

— E deve ir, accrescentei eu; e algumas outras amigas.

Pouco depois recebias tu e outras um bilhete de convite para o passeio.

Lembras-te que lá fomos. O que não sabes é que n’esse passeio, a favor da confusão e da distracção geral, houve entre mim e Emilio um dialogo que foi para mim a primeira amargura de amor.