— Não tenho vocação, respondeu Tito. É puramente um caso de vocação. Quem a não tiver não se metta n’isso, que é perder o tempo e o socego. Desde muito tempo estou convencido d’isto.
— Ainda te não bateu a hora.
— Nem bate, disse Tito.
— Mas, se bem me lembro, disse Azevedo offerecendo-lhe um charuto, houve um dia em que fugiste ás theorias do costume: andavas então apaixonado...
— Apaixonado, é engano. Houve um dia em que a Providencia trouxe uma confirmação aos meus instinctos solitarios. Metti-me a pretender uma senhora...
— É verdade: foi um caso engraçado.
— Como foi o caso? perguntou Adelaide.
— O Tito vio em um baile uma rapariga. No dia seguinte apresenta-se em casa d’ella, e, sem mais nem menos, pede-lhe a mão. Ella responde... que te respondeu?
— Respondeu por escripto que eu era um tolo e me deixasse d’aquillo. Não disse positivamente tolo, mas vinha a dar na mesma. É preciso confessar que semelhante resposta não era propria. Voltei atrás e nunca mais amei.
— Mas amou n’aquella occasião? perguntou Adelaide.