era uma simples dôr de cabeça, que o primo attribuio á aturada leitura.
No fim de alguns dias mais, D. Antonia foi sorprendida com uma lembrança de Margarida; a viuva queria ir viver na roça algum tempo.
— Aborrece-te a cidade? perguntou a boa velha.
— Alguma cousa, respondeu Margarida; queria ir viver uns dous mezes na roça.
D. Antonia não podia recusar nada á sobrinha; concordou em ir para a roça; e começárão os preparativos. Mendonça soube da mudança no Rocio, andando a passear de noite; disse-lh’o Jorge na occasião de ir para o Alcazar. Para o rapaz era uma fortuna aquella mudança, porque supprimia-lhe a unica obrigação que ainda tinha n’este mundo, que era a de ir jantar com a mãi.
Não achou Mendonça nada que admirar na resolução; as resoluções de Margarida começavão a parecer-lhe simplicidades.
Quando voltou para casa encontrou um bilhete de D. Antonia concebido n’estes termos:
« Temos de ir para fóra alguns mezes; espero que não nos deixe sem despedir-se de nós. A partida é sabbado; e eu quero incumbil-o de uma cousa. »
Mendonça tomou chá, e dispôz-se a dormir. Não