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Página:Contos gauchescos (1912).djvu/176

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logo ao ganhador. O coimeiro também é que tira o barato — para o pulpeiro. Quase sempre é algum aldragante velho e sem-vergonha, dizedor de graças.

E um jogo brabo, pois não é?

Pois há gente que se amarra o dia inteiro nessa cachaça, e parada a parada envida tudo: os bolivianos, os arreios, o cavalo, o poncho, as esporas. O facão nem a pistola, isso, sim, nenhum aficionado joga; os fala-verdade é que têm de garantir a retirada do perdedor sem debocheira dos ganhadores... e, cuidado... muito cuidado com o gaúcho que saiu da cancha do osso de marca quente!...

Pois dessa feita se acolheraram a jogar a taba o Osoro e o Chico Ruivo.

O Osoro era um moreno mui milongueiro, compositor de parelheiros e meio aruá; andava sempre metido pelos ranchos contando histórias às mulheres e tomando mate de parceria com elas.

O Chico era domador e morava de agregado num rincão da estância das Palmas; e vivia com uma piguancha bem jeitosa, chamada Lalica.

Nesse dia Unha vindo com ela ao festo do Arranhão. Enquanto os dois jogavam, a morocha