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CONTOS PARA A INFANCIA
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docel deslumbrante, toda a gente na rua e ás janellas exclamava: «Que vestuario magnifico! Que cauda tão graciosa! Que talhe elegante!» Ninguem queria dar a perceber, que não via nada, porque isso equivalia a confessar que se era tolo. Nunca os fatos do sultão tinham sido tão admirados.

— Mas parece que vae em cuecas», observou um pequerrucho, ao collo do pae.

— É a voz da innocencia, disse o pae.

— Ha ali uma creança que diz que o sultão vae em cuecas.

«Vae em cuecas! vae em cuecas!» exclamou o povo finalmente.

O sultão ficou muito afflicto porque lhe pareceu que realmente era verdade. Entretanto tomou a energica resolução de ir até ao fim, e os camaristas submissos continuaram a levar com respeito a cauda imaginaria.