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Página:Correio Braziliense ou Armazem Literario. Vol. I.pdf/31

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dos negocios publicos da Europa, e a vileza de sua alma, em servir aos seus opressores.
     Principia o folheto por este exordio. “ Julgando nós muito interessante dar uma idéa, ou noticia Historica do presente estado da Inglaterra, para deste modo se instruirem os curiosos, e servir de desengano a muitas pessoas pouco idstruidas da situaçaõ politica, e commercial dos Inglezes, intentamos desde logo apresentar ao publico a presente breve Noticia Historica,”
     Julgando Nos; diz folheto; por que seu author naõ soube nem se quer disfarçar, que isto éra obra do Governo Francez, aquelle Nos, nem he boa fraze Portugueza, nem he a expressaõ de que um escriptor Portuguez se servirîa a menos, que naõ fossem muitos os authores; e daqui se pode logo concluir, que he obra dos do Governo Francez, Isto declára melhor o paragrapho, quando diz, que, “intentamos desde logo, &c.” pergunto; A que se refere aquelle logo? Logo, que entramos em Lisboa. Logo taõbem eu tiro, que saõ os Francezes quem fállam. Mas deixando estes descuidos do Author entremos na materia. O folheto continûa.
     “ A Inglaterra contém perto de onze milhoens de habitantes, dos quaes mais de um milhaõ saõ Artistas; e Fabricantes. O seu Exercito naõ chega a 100.000 homens, e a sua marinha Militar, posto constar de um grande numero de vasos, tem muitos desarmados, por falta de maruja, e outros navîos por impossibilitados de servîrem. A divida do Estádo he immensa, e quasi impossivel de redimir-se, pois somente os juros déitam ja a muitos milhoens de esterlinas. A sua moeda papel perde consideravelmente, e tal he a desconfiança publica, que padecem igual perda até os bilhetes-dinheiro do Thesouro publico. As Alfandegas estaõ quasi fechadas por falta de Commercio com as Naçoens Européas, e mais de um milhaõ de Artistas, e Fabricantes estaõ arruinados, e sem