Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/177

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feu fervidor, que vivia em Galveu. Como a fama deíles navios, que delcubríram novas regiões, e povos, corria per toda a Chriftandade, foi ter á Corte delRey de Dinamarca, em cafa do qual andava hum homem Fidalgo per nome Balarte, mui curioib de coulas novas; e defejando de fe experimentar em as defte defcubrimento, havendo licença delRey de Dinamarca, veia ter a eíl;e Reyno encommendado ao!nfante D. Henrique. A requerimento do qual Balarte o!nfante lhe mandou armar hum navio, e pelo mais honrar, mandou com elle hum Cavalleiro da Ordem de Cliriílo, a que chamavam Fernão d′Afonfo, o qual hia em modo de Embaixador ao Rey do Cabo Verde, levando dous negros por língua, per meio dos quaes o!nfante lhe mandava que trabalhaíTe por converter aquella gente paga. Balarte, como era defejofo de ver a coita que os noíTos tinham defcuberta por fer povoada de Mouros, e negros, pedio a Fernão d′Afoníb que fizeííem fua viagem ao longo delia; e alTi a eíla caufa, como pelos tempos lhes ferem contrários, do dia que partiram té chegar ao Cabo Verde puzeram féis mezes. Os negros da terra por já ferem coílumados ver os noíTos navios, tinham olho no mar, como quem fe vigiava e havendo viíla defte, vieram a

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