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Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/438

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3S8 ÁSIA DE João de Bareo

furgidouro. Pedralvares, por haver noticia dateiTa, encaminhou ao porto com toda a frota, mandou ao batel que fecliegaíTe bem a terra, e trabalhaíTe por haver á mão alguma peffoa das que viram, fem os amedrentar com algum tiro que os fizeíTe acolher; mas elles não efperáram por iflb, porque como viram que a frota fe vinha contra elles, e que o batel tornava outra vez á praia, fugirami delia, e puzeram-fe em lium tezo foberbo, todos apinhoados, a ver o que os noíTos faziam. Os do batel, cm quanto Pedralvares furgia hum pouco largo do porto, por não amedrentar aquella nova gente mais do que o moítrava em fe acolher ao tezo, puzeram-fe debaixo no mefmo batel, e começou hum Negro Grumete fallar a língua de Guiné, e outros que fabiam algum.as palavras do Aravigo; mas elles nem á lingua, nem aos acenos, em que a natureza foi commum a todalas gentes, nunca acudiram. Vendo os do batel, que nem aos acenos, nem ás coufas que lhe lançaram na praia acudiam, canfados de eCperar algum final de entendimento delles, tornáram-fe a Pedralvares, contando o que viram. Tendo elle determinado ao outro dia de mandar lançar mais bateis, e geme fora, faltou aquella noite tanto tempo com elles; que lhe conyeio levar as ancoras, -

cor-